quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Valentino romântico, Chanel leve e Paco Rabanne de volta à ativa em Paris



O estilista italiano Valentino ofereceu nesta terça-feira um momento de grande romantismo, enquanto Chanel apresentou uma coleção fresca e marinha no oitavo dia daSemana de Moda de Paris, dominado pelo primeiro desfile em cinco anos da marca espanhola Paco Rabanne.
A coleção de Valentino, criada por Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli, foi feminina, de rendas delicadas, sutis transparências, românticos bordados e uma gama de cores tênues, como amarelos suaves, verdes, rosas pálidos e tons crus de branco. Os cabelos das modelos eram presos com tranças de um lado a outro da cabeça, os acessórios eram brincos e colares longos e delicados. Nos pés, sandálias e peep-toes altíssimas.
Ainda que o apaixonante Vermelho Valentino tenha aparecido em alguns looks, a coleção da grife italiana trouxe uma pausa romântica e primaveral no corre-corre da Semana de Moda parisiense, que terminou após 92 desfiles oficiais realizados em museus, jardins e hotéis.
O francês Jean-Charles de Castelbajac, cujos desfiles são sempre salpicados de humor e surrealismo, misturou tecidos rústicos com brilhos futuristas em uma coleção para a Primavera-Verão 2012, que combinou shorts e vestidos muito curtos com looks amplos de cores fortes e manga amplas. Os cabelos apareceram em grandes e altos coques, grande tendência da temporada. Os acessórios iam de simples tiras de tecido usadas como tiaras a um enorme colar de pérolas gigantes.
Em sua passarela, apresentada em uma boate parisiense, apareceram referências ao Pequeno Príncipe, personagem famoso de Antoine Saint Exupery, e Mickey Mouse em desenhos ou enormes estampas em blusas e túnicas e nos decotes de vestidos.
O desfile da maison Chanel, apresentado nesta terça-feira de manhã no museu Grand Palais, foi leve, marinho, “inspirado pela leveza das algas marinhas e em algumas formas de peixes”, disse o estilista Karl Lagerfeld após o desfile.
O diretor artístico da Chanel, conhecido como “Kaiser” da moda, propôs tecidos também leves, do século XXI, como “poliéster, fibra de vidro, novos náilons, todo isso trabalhado com o papel”, explicou.
A paleta de cores de Lagerfeld teve também tons marinhos, como a madrepérola das conchas do mar, as cores da ostra e da água. Nos pés, sandálias abotinadas, já uma marca de Lagerfeld, em tons apagados, muito simples. Os cabelos apareceram presos, com efeito molhado.
O mais esperado dos desfiles do oitavo dia da Semana de Moda parisiense foi a apresentação da grife espanhola Paco Rabanne feita por seu novo diretor artístico, o indiano Manish Arora, que deslumbrou a plateia e arrancou aplausos.
O primeiro desfile da grife Paco Rabanne em cinco anos propôs looks metálicos, em tecidos lustrosos e suntuosos cortes amplos e muito decotados em seda multicolorida, além de vestidos curtos, muito justos, em malha bordada com fios prateados e toques de píton, grande aposta dos caçadores de tendência para o verão brasileiro. Grandes golas e detalhes nas costas como folhas deram o toque futurista pelo qual a marca é conhecida.
Em cores como dourado, verde azulado e vermelho fogo, a esperada coleção da marca Paco Rabanne, fundada nos anos 1960 pelo basco espanhol Francisco Rabaneda Cuervo (Paco Rabanne) e que agora pertence ao grupo catalão Puig, este à altura do ambicioso título dado por Manish Arora ao desfile no Centro Pompidou: “Mulher Luz”.
O público reagiu com entusiasmo aos looks brilhantes e sinuosos criados por Arora, cujo desfile culminou com dez modelos negras. O recebimento e os aplausos com o qual foi acolhida a coleção criada por Arora sugerem que a grife espanhola, que após a saída de Rabanne em 2000 fez algumas tentativas sem sucesso para encontrar um estilista que correspondesse à sua altura, finalmente encontrou o criador que vai reviver com brilho essa famosa e tradicional marca.

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